segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

O Caminho da Beleza 07 - Epifania do Senhor

A palavra de Deus é viva e eficaz e mais cortante que espada de dois gumes (Hb 4, 12).


Epifania do Senhor                    07.01.2018
Is 60, 1-6                 Ef 3, 2-3.5-6                       Mt 2, 1-12


ESCUTAR

Levanta-te, acende as luzes, Jerusalém, porque chegou a tua luz, apareceu sobre ti a glória do Senhor (Is 60, 1).

Os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo, são associados à mesma promessa em Jesus Cristo por meio do evangelho (Ef 3, 6).

“Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo” (Mt 2, 2).


MEDITAR

Caminante, son tus huellas,
el camino y nada más;
Caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace el camino,
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante no hay camino
sino estelas en la mar.

(Antonio Machado)


ORAR

            A história do Natal foi, apesar do canto de louvor celeste, uma manifestação discreta de Deus, limitada a uns poucos. Valia não apenas para Israel, mas sim para todo o mundo; e isto é precisamente o que se celebra na festa de hoje: a epifania de Deus está concebida para o mundo em sua totalidade, também para os povos pagãos que, embora não tenham recebido nenhum anúncio profético prévio como os judeus, são agora os primeiros a vir a render-lhe homenagem. O evangelho descreve a chegada dos astrólogos pagãos que tinham visto sair a estrela da salvação e a haviam seguido. Deus lhes dirigiu uma palavra mediante uma estrela incomum em meio às suas constelações habituais; e esta palavra os assustou e lhes aguçou os ouvidos, enquanto que Israel, acostumado à palavra de Deus, fechou seus ouvidos às palavras da revelação: não quer que nada altere o curso habitual de suas dinastias (o mesmo se sucede na Igreja, quando se sente molestada pela mensagem inesperada de um santo). A pergunta ingênua dos estrangeiros, “Onde está o Rei que nasceu?”, provoca mágoa e, inclusive, susto. A consequência será, no caso de Herodes, um plano criminal secreto e astuciosamente urdido; mas os Magos, guiados pela estrela, conseguem sua meta: rendem homenagem ao Menino e, conduzidos pela providência divina, evitam a Herodes, voltando a sua terra por outro caminho. O acontecimento é claramente simbólico: anuncia e prepara a eleição dos pagãos; mais de uma vez, Jesus encontrará neles uma fé maior do que em Israel. À miúde, são os conversos (raramente desejados) os que abrem caminhos novos e fecundos para a Igreja (cf. At 9, 26-30).

(Hans Urs Von Balthasar, 1905-1988)


CONTEMPLAR


S. Título, s.d., da série “O Congado”, Jorge Quintão, Minas Gerais, Brasil.



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