segunda-feira, 21 de agosto de 2017

O Camino da Beleza 40 - XXI Domingo do Tempo Comum

Muitos pensam de modo diferente, sentem de modo diferente. Procuram Deus ou encontram Deus de muitos modos. Nesta multidão, nesta variedade de religiões, só há uma certeza que temos para todos: somos todos filhos de Deus. Que o diálogo sincero entre homens e mulheres de diferentes religiões produza frutos de paz e de justiça.
(Papa Francisco, 2016)

Não temos um só Pai? Não nos criou um mesmo Deus? Por que trabalhamos tão perfidamente uns contra os outros?
(Ml 2, 10)

XXI Domingo do Tempo Comum                27.08.2017
Is 22, 19-23            Rm 11, 33-36                     Mt 16, 13-20


ESCUTAR

Eu vou te destituir do posto que ocupas e demitir-te do teu cargo (Is 22, 19-23).

De fato, quem conheceu o pensamento do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? (Rm 11, 34).

“Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu” (Mt 16, 13-20).


MEDITAR

Em Jesus, Deus se nos comunicou, de tal maneira que, na medida em que seguimos a Jesus e nos identificamos com seu modo de vida, nessa mesma medida é como se nos encontrássemos com Deus. Isto quer dizer que não nos encontramos com Deus – nem nos relacionamos com Ele -, primordialmente e essencialmente, nem na fidelidade a certas verdades, nem na observância de certas normas, nem mediante o cumprimento de certos rituais, nem no âmbito do sagrado, nem na submissão a certas hierarquias. Por isto, e porque os dirigentes religiosos do tempo de Jesus e da sociedade em que viveu não entenderam e não toleraram isso, por esse motivo se produziu o grande conflito. O conflito que relatam os evangelhos, que foi o conflito de Jesus com a religião. Com o Templo, com os sumos sacerdotes, com a observância do sábado, com os jejuns e a amizade com os pecadores, as tensões com os mestres da Lei... Um conflito que se agravou até o extremo de terminar na paixão e na morte.

(José Maria Castillo, teólogo católico).


ORAR

Todos nós temos a tendência de questionar Deus e Ele deve responder a todas as nossas questões. Invertemos as posições e criamos a ilusão de que “ter fé” é obrigar a Deus dar conta de Si e de suas atitudes em relação a nós e ao mundo. No entanto, quem nos coloca as perguntas é Deus e somos nós que devemos dar conta da nossa fé e da prática resultante dela. No momento em que tivermos respondido a todas as perguntas, com certeza, a vida nos colocará outras novas. Quantas vezes cultivamos, em segredo, a ambição de sermos conselheiros de Deus e seus experts. A sabedoria de Deus é profunda e a nossa demasiado curta. A postura mais justa que nos cabe é a da modéstia unida ao sentido da surpresa e da maravilha. Devemos nos deixar surpreender por Deus mais do que querer conquistá-Lo. Deus não nos deve nada, pois Ele nos deu tudo por iniciativa própria e nada diante Dele é intocável ou insubstituível. Conhecer a Deus significa estar em silêncio, respirar e se deixar habitar por sua Luz inacessível. Pedro recebeu o poder de abrir e fechar; de admitir ou excluir; de atar ou desatar. Mais do que tudo, Pedro recebeu o exemplo do agir de Jesus: viu o Mestre usar as chaves somente para abrir e oferecer a todos a possibilidade de encontrar a porta aberta. Não podemos esquecer a fala imperativa de Jesus: “Ai de vós letrados e fariseus hipócritas que bloqueais aos homens o Reino dos Céus. Vós mesmos não entrais, nem deixais entrar os que estão para entrar e os que o querem” (Mt 23, 13).


CONTEMPLAR

New York, New York, 1963, Homens olhando para a arte, Elliot Erwitt (1928-), franco-americano, Paris, França.







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