Muitos pensam de modo
diferente, sentem de modo diferente. Procuram Deus ou encontram Deus de muitos
modos. Nesta multidão, nesta variedade de religiões, só há uma certeza que
temos para todos: somos todos filhos de Deus. Que o diálogo sincero entre homens
e mulheres de diferentes religiões produza frutos de paz e de justiça.
(Papa Francisco, 2016)
Não temos um só Pai? Não nos
criou um mesmo Deus? Por que trabalhamos tão perfidamente uns contra os outros?
(Ml 2, 10)
XXI Domingo do Tempo Comum 27.08.2017
Is 22, 19-23 Rm 11, 33-36 Mt 16, 13-20
ESCUTAR
Eu
vou te destituir do posto que ocupas e demitir-te do teu cargo (Is 22, 19-23).
De
fato, quem conheceu o pensamento do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? (Rm
11, 34).
“Feliz
és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso,
mas o meu Pai que está no céu” (Mt 16, 13-20).
MEDITAR
Em
Jesus, Deus se nos comunicou, de tal
maneira que, na medida em que seguimos a Jesus e nos identificamos com seu modo
de vida, nessa mesma medida é como se nos encontrássemos com Deus. Isto quer
dizer que não nos encontramos com Deus – nem nos relacionamos com Ele -,
primordialmente e essencialmente, nem na fidelidade a certas verdades, nem na observância
de certas normas, nem mediante o cumprimento de certos rituais, nem no âmbito
do sagrado, nem na submissão a certas hierarquias. Por isto, e porque os
dirigentes religiosos do tempo de Jesus e da sociedade em que viveu não
entenderam e não toleraram isso, por esse motivo se produziu o grande conflito.
O conflito que relatam os evangelhos, que foi o conflito de Jesus com a
religião. Com o Templo, com os sumos sacerdotes, com a observância do sábado,
com os jejuns e a amizade com os pecadores, as tensões com os mestres da Lei...
Um conflito que se agravou até o extremo de terminar na paixão e na morte.
(José
Maria Castillo, teólogo católico).
ORAR
Todos nós temos a tendência de questionar Deus e Ele deve responder a todas as nossas
questões. Invertemos as posições e
criamos a ilusão de que “ter fé” é obrigar a Deus dar conta de Si e de suas
atitudes em relação a nós e ao mundo. No entanto, quem nos coloca as perguntas
é Deus e somos nós que devemos dar conta da nossa fé e da prática resultante
dela. No momento em que tivermos respondido a todas as perguntas, com certeza,
a vida nos colocará outras novas. Quantas vezes cultivamos, em segredo, a
ambição de sermos conselheiros de Deus e seus experts. A sabedoria de Deus é profunda e a nossa demasiado curta.
A postura mais justa que nos cabe é a da modéstia unida ao sentido da surpresa
e da maravilha. Devemos nos deixar surpreender por Deus mais do que querer
conquistá-Lo. Deus não nos deve nada, pois Ele nos deu tudo por iniciativa
própria e nada diante Dele é intocável ou insubstituível. Conhecer a Deus
significa estar em silêncio, respirar e se deixar habitar por sua Luz
inacessível. Pedro recebeu o poder de abrir e fechar; de admitir ou excluir; de
atar ou desatar. Mais do que tudo, Pedro recebeu o exemplo do agir de Jesus:
viu o Mestre usar as chaves somente para abrir e oferecer a todos a
possibilidade de encontrar a porta aberta. Não podemos esquecer a fala
imperativa de Jesus: “Ai de vós letrados e fariseus hipócritas que bloqueais
aos homens o Reino dos Céus. Vós mesmos não entrais, nem deixais entrar os que
estão para entrar e os que o querem” (Mt 23, 13).
CONTEMPLAR
New York, New York, 1963,
Homens olhando para a arte, Elliot Erwitt (1928-), franco-americano, Paris,
França.
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