segunda-feira, 22 de julho de 2013

O Caminho da Beleza 36 - XVII Domingo do Tempo Comum


O Caminho da Beleza 36
Leituras para a travessia da vida


A beleza é a grande necessidade do homem; é a raiz da qual brota o tronco de nossa paz e os frutos da nossa esperança. A beleza é também reveladora de Deus porque, como Ele, a obra bela é pura gratuidade, convite à liberdade e arranca do egoísmo” (Bento XVI, Barcelona, 2010).

Quando recebia tuas palavras, eu as devorava; tua palavra era o meu prazer e minha íntima alegria” (Jr 15, 16).

“Não deixe cair a profecia” (D. Hélder Câmara, 1999, dias antes de sua passagem).


XVII Domingo do Tempo Comum              28.07.2013
Gn 18, 20-32                     Cl 2, 12-14               Lc 11, 1-13


ESCUTAR

“Estou sendo atrevido em falar a meu Senhor, eu que sou pó e cinza” (Gn 18, 27).

“Com Cristo fostes sepultados no batismo; com ele também fostes ressuscitados por meio da fé no poder de Deus, que ressuscitou a Cristo dentre os mortos” (Cl 2, 12).

“Portanto, eu vos digo, pedi e recebereis; procurai e encontrareis; batei e vos será aberto. Pois quem pede recebe; quem procura encontra; e, para quem bate, se abrirá” (Lc 11, 9-10).


MEDITAR

 “Não era o ar movido pela voz que chegava aos ouvidos do profeta, mas Deus que falava em seu íntimo” (São Jerônimo, comentando a sabedoria do profeta Isaías).

A oração é o secreto absoluto. É totalmente oposta à publicidade. Quem ora já não conhece a si mesmo, mas somente a Deus a quem invoca (Dietrich Bonhoeffer).


ORAR

Duas cenas ficam gravadas na memória: a estupenda negociação entre Abraão e Deus e o colóquio noturno entre o indivíduo inoportuno e o amigo despertado de sobressalto à meia noite. Uma oração de intercessão e a outra de petição e ambas sob o signo da insistência, da coragem, da confiança e, inclusive, do enfrentamento. Ambas são escutadas. Até então, as culpas de um ou de poucos eram pagas por toda a coletividade e agora Abraão se bate com humildade, mas com decisão, para que a inocência de uma minoria seja motivo de perdão para todos os outros pecadores. Abraão descobre que no Senhor encontra-se uma justiça disposta a dar espaço ao perdão e que, em Deus, a vontade de salvar prevalece sobre a de castigar. No Evangelho, a oração é um apelo não ao juiz da terra, mas a um Deus que é Pai. Cristo autoriza a nos dirigirmos a Deus como Pai, esta palavra-chave que abre de par em par todas as portas, inclusive as mais inacessíveis e legitima as aspirações as mais impossíveis. Não se trata de colocar na balança o peso dos justos, mas a nossa condição de filhos e filhas. Podemos pedir ousadamente e, ao mesmo tempo, neste pedido nos comprometemos. No Pai Nosso escutamos o que Deus espera de nós, ou seja, exatamente as mesmas coisas que pedimos a Ele. O Pai nos escuta, mas não nos tempos e nos modos fixados por nós. Podemos estar seguros que “o Pai do céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem” e o Espírito Santo é o princípio da liberdade e da imprevisibilidade. O Pai nos escuta, certamente, mas do seu modo que é a generosidade infinita de um pai e não do nosso modo que é sempre redutivo e restritivo. Nós cristãos, devemos preferir sempre um Deus que nos surpreenda a um Deus que nos satisfaça e contente, pois devemos confiar mais em suas respostas do que em nossas perguntas, mais nos seus dons do que em nossos pedidos. A oração ensinada por Jesus deve nos conduzir a um silêncio de escuta do nosso ser que vibra em sintonia com a humildade da entrega – “Seja feita a tua vontade”, e com a permanente insistência – “Mas livrai-nos do Mal”.


CONTEMPLAR

Be (ser), Barbara Kruger, 1985, foto-litografia offset e serigrafia em folha de papel, 52.0 x 52.0 cm, Newark, New Jersey, Estados Unidos.

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